Muitos desconhecem, mas já há muitos anos, o Centro da cidade de São Paulo é um grande reduto de imigrantes africanos vindos de diversos países: Nigéria, Angola, Camarões..., em especial os recém-chegados.
Melanito
Biyouha, de Camarões, notou o potencial que podia ser explorado diante da
grande comunidade africana que lá encontrou ao chegar no Brasil. A partir de
então começou a pesquisar as heranças gastronômicas de seu continente, para que
pudesse atender e matar a saudade não só dos camaroneses, mas também de quem
chegasse do Congo, Costa do Marfim, Senegal, e outros mais. Assim surgiu o Biyou’Z Restaurante Afro.
Entretanto,
ele não ficou restrito só ao gueto, passou a chamar a atenção. Lugar
simples, pratos simples e deliciosos, preços super acessíveis, a gentileza de
todos, em especial do marido de Melanito.
Despertam
os sentidos os sabores, os aromas. Entretanto, os ingredientes que, muitos,
encontramos aqui no Brasil - em especial no Recôncavo da Bahia, são combinados
e preparados de outras maneiras. Experimentamos Tiep, Ndole e Fumbua. E para quem conhece um pouco da cozinha
afro-brasileira, é como se arriscar num jogo de memória, numa memória que está
registrada, mas que não se tem consciência: similaridades com xinxim de
galinha, com a maniçoba, com o efó...
Ao
redor, dificilmente ouve-se o português, na maioria das vezes misturado a um
sotaque meio francês, ou inglês africanizados; a própria Alameda Barão de
Limeira, larga, cuja arquitetura data de distintas fases da história de São
Paulo, e a música, tudo isso junto nos tira ligeiramente a referência. Uma
incrível experiência estética!